Após um desastre, como em situações de grandes enchentes, deslizamentos de terra, acidentes de avião ou incêndios de grandes proporções, a maioria de nós pode entrar em um estado de luta, fuga, ou paralisação, diante das fortes e repentinas situações que foram vivenciadas ou acompanhadas. Podemos ter pensamentos desordenados, sentimentos de medo, desesperança e sintomas físicos angustiantes. Podemos ainda nos envolver em comportamentos de risco como agressividade, uso de substâncias, ou uso de medicações calmantes sem prescrição médica na tentativa de aliviar tal estado. Para ajudar a lidar com esse momento, existem medidas que podemos tomar individualmente ou coletivamente para reduzir os efeitos negativos e melhorar a capacidade de gerenciar a crise. Apresentamos os sinais e sintomas mais comuns e os recursos que podem ajudar você a lidar com desastres e outros eventos traumáticos. Saiba mais:
Os principais sinais e sintomas que podem ocorrer nos primeiros dias
- Dificuldade para adormecer ou ficar dormindo
- Tristeza, depressão, hiperatividade, irritabilidade ou raiva
- Não ter sentimentos ou se sentir entorpecido
- Falta de energia ou sensação de exausta o tempo todo
- Falta de apetite ou, pelo contrário, comer o tempo todo
- Dificuldade de concentração ou se sentindo confuso
- Isolamento social, atividades reduzidas ou restritas
- Pensando que ninguém mais está tendo as mesmas reações que você
- Dores de cabeça, dores de estômago ou outras dores no corpo
- O uso abusivo de álcool, tabaco, drogas ou medicamentos prescritos para lidar.
O que podemos fazer para gerenciar a crise resultante do estresse agudo
- Coma, hidrate-se, exercite-se e descanse regularmente; cuidar do seu corpo reduz os efeitos negativos do estresse.
- Evite usar álcool, tabaco e outras drogas para gerenciar emoções angustiantes; essas substâncias geralmente tornam as coisas mais difíceis a longo prazo e podem causar problemas.
- Encontre maneiras saudáveis de relaxar, como ouvir música, fazer exercícios respiratórios, meditação, atenção plena, conversar com pessoas sobre o que pode ser feito naquele momento e criar planos a médio e longo prazo, como forma de reduzir os picos de medo e ansiedade.
- Não recuse atividades divertidas e restauradoras, incluindo exercícios, hobbies e atividades sociais. Geralmente temos a tendência de deixar o dia pior do que já está, com pensamentos de ruminação negativas, ou sobre o que aconteceu. Tirar o foco do ocorrido pode resultar em alívio restaurador.
- Sempre use fontes de informação confiáveis para evitar especulações e rumores, e fomentação do caos sobre o desastre.
- Limite a exposição à televisão e ao conteúdo de mídia social sobre o desastre; a superexposição pode aumentar a angústia.
- Fique conectado com amigos, familiares, vizinhos e colegas para dar e receber apoio. Ajudar uns aos outros ajuda na cura.
- Identifique os locais e outros recursos de saúde que estão disponíveis; use e compartilhe essas informações para ajudar a si mesmo e aos outros.
- Lembre a si mesmo e aos outros que é normal ter muitos sentimentos diferentes, bem como “dias bons” e “dias ruins” como parte natural da recuperação.
- Procure ajuda de um profissional de saúde se sua angústia permanecer alta após várias semanas, se você tiver problemas persistentes para a funcionalidade no trabalho ou em casa, ou se você pensar em machucar a si mesmo ou a outra pessoa.