O transtorno afetivo bipolar é uma condição de saúde mental caracterizada por estados emocionais periódicos e intensos que afetam o humor, a energia e a capacidade da funcionalidade de uma pessoa. Esses períodos, que duram de dias a semanas, são chamados de episódios maníacos / hipomaníacos, depressivos. Maníacos ou Hipomaníacos: quando o humor predominante é intensamente feliz/eufórico/ mais energia e ou irritável, com intensidades variadas, e os episódios depressivos: quando há um humor intensamente triste ou a capacidade de experimentar alegria ou prazer e energia, ruminações negativas, culpa e ideação de morte, também podem ser percebidos. Pessoas com transtorno bipolar geralmente também têm períodos de humor neutro. Quando tratadas, as pessoas com transtorno bipolar podem levar uma vida plena e produtiva.
Saiba mais:
Pessoas que não tem transtorno afetivo bipolar também podem experimentar flutuações de humor, as quais fazem parte da experiência da vida cotidiana. Uma das principais diferenças são intensidade e duração de horas e não de dias. Além disso não são acompanhadas por mudanças extremas no comportamento ou mudanças no funcionamento, como dificuldades com rotinas diárias e interações sociais. Geralmente as flutuações de humor acontecem mediante a um gatilho de estresse momentâneo. Nos portadores do transtorno afetivo bipolar, as flutuações de humor são recorrentes ao longo da vida, nem sempre identificados os gatilhos. O prognóstico sem tratamento é a perda da funcionalidade laboral, com prejuízo na cognição à longo prazo, dificuldade de perceber o prejuízo e procurar avaliação precoce, levando ao deterioramento de suas relações interpessoais, isolamento, uso e abuso de substâncias psicoativas como forma de amenizar os sintomas.
As causas específicas do transtorno bipolar não são claras, mas fatores biológicos, incluindo um histórico familiar de transtornos de humor, transtornos psicóticos e uso indevido de substâncias, e fatores ambientais aumentam o risco de transtorno bipolar. O transtorno bipolar é uma categoria que inclui alguns subtipos que podem ter características diferentes em sua apresentação clínica ao longo da vida de uma pessoa. É importante reconhecer para iniciar o tratamento e acompanhamento.
Episódio maníaco.
É um período de pelo menos uma semana em que uma pessoa está extremamente animada ou irritada a maior parte do dia durante a maioria dos dias, possui mais energia do que o habitual e experimenta pelo menos três das seguintes mudanças de comportamento:
- Diminuição da necessidade de sono (por exemplo, sentir-se enérgica, apesar de dormir significativamente menos do que o habitual.
- Fala aumentada ou mais rápida.
- Pensamentos acelerados e incontroláveis ou mudando rapidamente idéias ou tópicos ao falar.
- Distraibilidade ou Desatenção
- Aumento da atividade (por exemplo, inquietação, trabalhando em vários projetos ao mesmo tempo).
- Aumento do comportamento de risco ou impulsivo (por exemplo, direção imprudente, farra de gastos, promiscuidade sexual).
Esses comportamentos devem representar uma mudança em relação ao comportamento habitual da pessoa e serem claros para amigos e familiares. Os sintomas devem ser graves o suficiente para causar disfunção no trabalho, na família ou nas atividades e responsabilidades sociais. Os sintomas de um episódio maníaco geralmente exigem cuidados hospitalares para garantir a segurança. Durante episódios maníacos graves, algumas pessoas também experimentam pensamento desorganizado, falsas crenças, alucinações, conhecidas como sintomas psicóticos.
Episódio hipomaníaco, ou hipomania:
É caracterizado por sintomas maníacos menos graves que precisam durar apenas quatro dias seguidos, em vez de uma semana. Os sintomas hipomaníacos não levam aos principais problemas no funcionamento diário que os sintomas maníacos comumente causam, são percebidos por seus portadores, como melhora da energia, ou mais alegria e disposição do que o normal, mais não se mantém.
Episódio depressivo
Um episódio depressivo é um período de pelo menos duas semanas em que uma pessoa experimenta intensa tristeza ou desânimo ou uma perda de interesse em atividades que a pessoa já teve e pelo menos quatro dos seguintes sintomas:
- Sentimentos de inutilidade ou culpa.
- Fadiga.
- Aumento ou diminuição do sono.
- Aumento ou diminuição do apetite.
- Inquietação (por exemplo, ritmo) ou fala ou movimento lentos.
- Dificuldade de concentração.
- Pensamentos frequentes de morte ou suicídio.
Os sintomas do transtorno bipolar geralmente melhoram com o tratamento. A medicação é a pedra angular do tratamento do transtorno bipolar, embora a terapia Cognitiva Comportamental (psicoterapia) possa ajudar muitos pacientes a aprender sobre sua doença e aderir aos medicamentos, ajudando a prevenir futuros episódios de oscilações do humor. Medicamentos conhecidos como “estabilizadores de humor” (por exemplo, lítio, antipsicóticos atípicos) são o tipo mais comumente prescrito de medicamentos para o transtorno bipolar. Embora não seja completamente entendido como esses medicamentos funcionam, alguns são conhecidos por alterar a excitabilidade das células cerebrais (por exemplo, lítio), enquanto outros alteram a sinalização dos neurotransmissores no cérebro (por exemplo, antipsicóticos atípicos). Como o transtorno bipolar é uma doença crônica na qual os episódios de humor normalmente se repetem, recomenda-se o tratamento contínuo. O tratamento do transtorno bipolar é individualizado; pessoas com transtorno bipolar podem precisar experimentar diferentes medicamentos antes de encontrar o que funciona melhor para elas.
